Essa é uma pergunta que passa pela cabeça de muitos pais. “Normalmente não funciona muito bem marcar dia e hora para conversar”, explica Cesar Pazinatto, diretor da See Saw Educação Bilíngue, em São Paulo, e autor do livro Álcool e drogas na adolescência, um guia para pais e professores (ed. Contexto). “Tornar esse tipo de bate-papo uma solenidade só faz com que o jovem se coloque na defensiva e fale apenas o que gostaríamos de ouvir.”
Para facilitar esse momento, veja as dicas do especialista:
- Aproveite os pequenos momentos que surgem a partir de um trecho de um filme, de uma novela, de uma foto ou mesmo de uma história familiar para introduzir o tema.
- Evite conversas muito longas. A medida é sempre o interesse do adolescente. Ele ainda está fazendo perguntas e trocando ideias ou está com cara de paisagem?
- Mesmo sabendo que hoje o acesso à informação é muito grande, as abordagens precisam ser adaptadas às faixas etárias.
- Até os 10 anos a criança se contenta com explicações mais superficiais. Os papos devem ser curtos e voltados mais às bebidas alcóolicas e ao tabaco. Perguntas eventuais sobre outras drogas devem ser respondidas, mas sem grandes aprofundamentos.
- Acima dos 13 anos, a conversa é outra pois os jovens podem já ter pensado em experimentar algum tipo de droga ou mesmo já teve as primeiras experiências com álcool e cigarro.
- Evite falas alarmistas baseadas em algum caso “tenebroso” do jovem que experimentou uma vez e continuou usando até se tornar dependente, ser internado numa clínica de reabilitação ou até preso por roubar para sustentar o vício. Esse discurso não costuma espelhar a realidade e também nunca foi eficiente como estratégia de prevenção.
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